Suspeita é de
que polícia legislativa atrapalhou investigações contra políticos.
Foram expedidos 4 mandados de prisão temporária e 5 de busca e apreensão.
Foram expedidos 4 mandados de prisão temporária e 5 de busca e apreensão.
Ana Paula AndreollaDa TV Globo, em Brasília
Viaturas da
Polícia Federal foram estacionadas na entrada do Congresso (Foto: Elielton
Lopes)
A Polícia
Federal foi ao Congresso logo no início da manhã
desta sexta-feira (21) para realizar uma ação contra policiais legislativos
suspeitos de prestarem serviço de contrainteligência para ajudar parlamentares
investigados na Lava Jato e em outras operações. A suspeita é de que policiais
legislativos faziam varreduras nas casas dos políticos para, por exemplo,
identificar e eliminar escutas instaladas com autorização judicial.
Quatro policias
legislativos foram presos. A prisão deles é a temporária, com prazo definido
para terminar. Um dos presos é Pedro Ricardo Araújo Carvalho, chefe da polícia
legislativa. Foram expedidos ainda cinco mandados de busca e apreensão e quatro
de afastamento de função pública. Os policiais legislativos são servidores do
Congresso que atuam na segurança no prédio.
A operação
desta sexta tem como base a delação premiada de um policial legislativo.
Segundo ele, um diretor da polícia legislativa determinava que os subordinados
prestassem o serviço de contrainteligência para senadores.
"Foram
obtidas provas de que o grupo, liderado pelo diretor da Polícia do Senado,
tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia
Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de
inteligência", afirmou a Polícia Federal em nota sobre a operação.
De acordo com o
Ministério Público Federal, que atuou em parceira com a PF nesta sexta, não há
mandados nesta operação contra políticos nem foram realizadas buscas em
gabientes de parlamentares no Congresso.
Os mandados da
operação desta sexta foram autorizados pela Justiça Federal do DF, a pedido do
Ministério Público Federal no DF.
Entrada do
espaço onde fica lotada a Polícia Senado, no Congresso Nacional (Foto: Elielton
Lopes/G1)
Histórico
A polícia legislativa já esteve no centro de uma polêmica com a Polícia Federal por causa da Operação Lava Jato. Em julho de 2015, policiais do Senado tentaram impedir o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do senador Fernando Collor (PTC-AL).
A polícia legislativa já esteve no centro de uma polêmica com a Polícia Federal por causa da Operação Lava Jato. Em julho de 2015, policiais do Senado tentaram impedir o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do senador Fernando Collor (PTC-AL).
Na ocasião, a
Polícia Legislativa do Senado e a Advocacia-Geral do Senado disseram que a PF havia descumprido
resolução da Casa ao entrar em um apartamento funcional de senador.
Na nota em que
explica a operação desta sexta, a PF afirma que, em um dos eventos que
evidenciaram a ação da polícia legislativa para "embaraçar" as
investigações, o "diretor da Polícia do Senado ordenou a prática de atos
de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo
Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de senador".
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